Galeria:
O dia do vestibular geralmente traz bastante ansiedade aos estudantes que se prepararam meses a fio para enfrentar uma extensa prova de conhecimentos gerais. Esse desafio pode ser maior ainda se você já saiu da escola há alguns anos. Este é o caso de Paulo Santos e Micheline de Freitas, estudantes do terceiro período de Farmácia da Faculdade Joaquim Nabuco.
Paulo conta que uma de suas maiores dificuldades era relembrar sem o auxílio dos cursinhos pré-vestibulares toda a quantidade de assuntos exigidos e ainda dividir-se entre o trabalho em sua farmácia e a criação de seu filho adolescente. “Eu estudava em casa com minha esposa, ela me ajudou bastante porque ela lembrava de mais coisas que eu, então ela ia me auxiliando” conta.
A escolha pelo curso de Farmácia aconteceu pelo seu ramo de atuação profissional. “Eu tenho uma farmácia e quis unir meu ofício que tanto amo, a outra formação acadêmica. Quando eu era mais novo cursei Contabilidade”, diz Paulo que já estava afastado da sala de aula há mais de 15 anos.
Sua esposa Micheline conta com orgulho que é a primeira de sua família a ingressar no ensino superior, e fala animada sobre as possibilidades que tem encontrado dentro da faculdade. “O que eu mais gosto são os professores que são muito preparados”. Muito determinada, fala com entusiasmo de sua rotina. “Não vou te dizer que é fácil, acordamos eu e meu marido às cinco da manhã, vamos para a loja, trabalhamos, depois voltamos pra casa pra almoçar, acompanhamos nosso filho Matheus em alguma atividade que ele tenha no dia, depois retornamos ao trabalho e finalmente à noite vamos para nossas aulas. Quando chegamos em casa ainda achamos um tempinho pra colocar nossas matérias em dia”.
Apesar das dificuldades de retornar aos estudos após os quarenta anos, Paulo diz que isso não o intimidou. “A gente fica um pouco apreensivo né? Minha turma é muito mais nova que eu, mas eles nos receberam super bem e sempre que podem nos ajudam. Não tenho sentido tanta dificuldade em acompanhar as aulas, mas é um pouco diferente, especialmente pra quem veio da área de humanas como eu”.
Sobre o processo de vestibular ele conta que foi um desafiador, mas ao mesmo tempo revigorante. “Eu estava ansioso porque estudei em casa apenas com o auxílio de minha esposa que foi fundamental para mim nesse período, mas me saí bem. Soube da aprovação porque a faculdade me ligou. Nossa, ficamos muito felizes, foi uma festa em casa! Estudamos na mesma turma e enfrentar a faculdade novamente ao lado de minha esposa tem sido muito bom” conclui.
A história de Paulo e Micheline é a maior prova de que não há idade para estudar e que enfrentar o temido vestibular é possível, mesmo quando seu tempo é curto. Com o apoio da família e muito jogo de cintura, o temido vestibular pode se transformar em apenas mais um capítulo de uma longa jornada acadêmica.
Comentários