É chegada a reta final do seu curso e você se depara com a assombrada missão de elaborar uma metodologia de pesquisa para o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). E agora? O fato é que escolher um método adequado para o projeto é uma das dúvidas mais comuns entre os estudantes.
Mas calma! Embora pareça difícil, todo esse mistério não tem segredo. E para te mostrar que é possível fazer sem dificuldade, reunimos 3 tipos de métodos mais utilizados que podem auxiliar a escolher qual melhor se enquadra na execução de seu projeto. Para ajudar a esclarecer sobre as principais diferenças entre eles, convidamos a especialista e professora de Comunicação Social da UNINASSAU, Suélen Franco. Confira!
Antes de tudo, abra a caixa de pandora!
O grande mistério em desvendar e elaborar um bom projeto de pesquisa, consiste no medo que as pessoas têm, por achar que é algo complicado de ser feito. Antes de escolher o tipo de pesquisa, é importante que se tenha compreensão dos conceitos de metodologia científica, que servem como instrumento inicial para a elaboração de um trabalho científico.
Uma metodologia científica consiste, em linhas gerais, na união de procedimentos aplicados na produção de conhecimento científico. Sua finalidade é garantir que o conhecimento produzido seja imparcial, o mais próximo possível da realidade e que os experimentos que o originaram possam ser reproduzidos por outros pesquisadores.
Quando você consegue delinear qual perfil de sua pesquisa (qualitativa, quantitativa, ambas), fica muito mais fácil desenvolver e pôr em prática o projeto. Confira abaixo os principais métodos de pesquisas:
Estudo de Caso
Estudo de caso é uma abordagem de pesquisa que consiste no enfoque de um ou uma quantidade pequena de objetos de investigação (estudo multicaso é o nome que se aplica a múltiplos objetos). De acordo com Suélen, esse enfoque requer a análise desse (s) objeto (s) com o máximo de profundidade e detalhamento e, ao mesmo tempo, sem o desvincular do seu contexto. “Por exemplo, se uma empresa é seu objeto de estudo, ou seja, sua unidade de análise, é preciso buscar o máximo de fontes possíveis para realizar um estudo de caso: documentos, entrevistas, observações, etc.”, explica a professora.
Esse tipo de metodologia é uma abordagem amplamente adotada em ciências sociais e também na área de saúde. No entanto, Suélen coloca que, em certos casos, alguns autores apontam como limitação a impossibilidade de generalizar os achados.
“As conclusões a que você chegou sobre seu objeto de estudo são válidas unicamente para aquele objeto, e não para outros similares. Contudo, este não é um ponto de vista unânime: há quem defenda a possibilidade de generalizar ou mesmo de usar um caso como meio de compreender um contexto mais geral. O autor Robert Stake, por exemplo, classifica os estudos de caso em intrínseco (aquele cujo objetivo esgota-se no caso em si) e instrumental (aquele que permite o entendimento de uma realidade mais ampla a partir do caso estudado)”, endossa a especialista.
Pesquisa Exploratória
Contrário ao estudo de caso, a pesquisa exploratória é voltada para uma investigação preliminar do principal objeto de pesquisa a ser realizado. A pesquisa exploratória é realizada sobre um problema ou questão de pesquisa que, na maioria das vezes, são assuntos com pouco ou nenhum estudo anterior a seu respeito.
“A pesquisa exploratória é pouco estruturada, justamente porque permite ao pesquisador, como o próprio nome diz, explorar o objeto, torná-lo mais claro. Devido a esse caráter não estruturado, muitos autores e orientadores defendem que ela cumpre a função de prover o pesquisador de informações iniciais para gerar hipóteses, a serem estudadas por metodologias mais estruturadas. As pesquisas exploratórias podem se valer de documentos, entrevistas com especialistas, observações, etc.”, explica Suélen
O principal objetivo desse tipo de pesquisa não é testar ou confirmar uma determinada hipótese, e sim realizar descobertas.
Revisão de Literatura
Este tipo de pesquisa destaca-se por resumir toda uma informação existente sobre determinado fenômeno, já estudado anteriormente. De uma maneira geral, a revisão de literatura se vale de publicações científicas em periódicos, livros, anais de congressos etc., resumindo toda a informação existente, da forma mais completa possível. A revisão literária também não permite que haja transcrição de idéias. As revisões podem ser estudadas de duas formas, a depender do tipo de objetivo:
* Revisão ad-hoc - quando o pesquisador que executa a revisão de um trabalho científico submetido para publicação em um Periódico ou Revista Científica sem necessariamente participar como membro permanente do Corpo Editorial ou de Revisores.
* Revisão sistemática - realizada de forma sistemática, respeitando um conjunto de passos que devem descrever desde a fase de coleta dos estudos até a análise dos mesmos.
Suélen salienta que uma boa revisão de literatura deve ter o cuidado de mapear a relevância das fontes e o período investigado.
“Por exemplo, se o pesquisador vai estudar o comportamento de determinado perfil de consumidor, ele precisa buscar resultados de eventuais estudos prévios sobre aquele objeto (revisão empírica) e estudos prévios sobre comportamento do consumidor (revisão teórica). É importante que essa revisão contemple tanto obras seminais (ou seja, obras de autores clássicos que são referência imprescindível para aquele tipo de estudo) quanto produções recentes (preferencialmente dos últimos cinco anos) publicadas em periódicos nacionais e internacionais de prestígio reconhecido”, pontua.
Antes de escolher o tipo de metodologia, é preciso que haja uma definição de seu projeto de pesquisa e de quais maneiras você pode executá-lo por meio dos tipos de estudo.
E você, qual metodologia pretende usar em seu projeto? Conta para a gente!
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