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Saiba quais são os principais personagens do folclore nordestino

No Dia do Saci, fizemos uma lista para você conhecer as criaturas mágicas da nossa cultura
Por: Katarina Bandeira 26/10/2017 - 17:52

Personagens são fruto de elementos pertencentes às culturas indígena, portuguesa e africana, entre eles a Cabra-cabriola. Foto: Pixabay

 

Desde muito novos somos apresentados a histórias fantásticas sobre criaturas mágicas que aprontam travessuras, assustam caçadores e até punem quem pratica más ações. Personagens como o Saci Pererê, a Cuca e o Lobisomem são apenas alguns exemplos de figuras que há anos marcam presença no imaginário popular, sendo passadas através de contos orais ou literários, para crianças e adultos de diversas regiões do país. No Nordeste, alguns desses personagens fazem sua fama encantando gerações, mas é preciso entender um pouco o que os torna tão especiais, antes de conhecer algo sobre eles.

Mito ou lenda?

Nem toda história contada por aí pode ser considerada folclórica. Há uma série de características que as narrativas têm que apresentar para serem vistas como folclore. Entre as principais é preciso que sejam antigas, de cunho popular e que não seja possível identificar seu autor. Muitos dos personagens que conhecemos são fruto de elementos pertencentes às culturas indígena, portuguesa e africana, que tinham suas próprias lendas, mitos, danças, cantos, entre outras manifestações, geralmente feitas de forma oral ou corporal.

Os personagens que protagonizam contos fantásticos, que brincam passando entre a superstição e a ficção absoluta, são enquadrados como mitos e lendas da nossa cultura. As lendas são histórias geralmente orais, que misturam fatos reais com fantasia, tentando explicar através do sobrenatural acontecimentos misteriosos. Já os mitos são explicações de caráter simbólico, que tentam explicar fenômenos naturais, alertar sobre perigos ou expor, de forma quimérica, defeitos e qualidades do ser humano.

Personagens folclóricos do Nordeste:

Boitatá

Uma cobra de fogo com olhos enormes, que durante o dia é quase cega, mas à noite encontra qualquer um que faça mal ao local de sua proteção. É assim que é descrito o Boitatá, que de acordo com a lenda protege as matas e florestas de pessoas que provocam queimadas. Também conhecido como "fogo corredor", o monstro pode matar, deixar cego ou até mesmo enlouquecer quem cruzar o seu caminho. Seu fogo mágico só atinge suas vítimas e não se apaga com água. Se você encontrar com o bicho o melhor a fazer é prender a respiração, fechar os olhos e ficar parado até ele ir embora. Se correr, o bicho pega.

Cabra-cabriola

Uma cabra com dentes afiados, que come criancinhas e solta fogo pelas ventas. Assim é descrita a Cabra-Cabriola, um caprino que, ao longe, parece como os outros, mas que pode ser muito astuto quando deseja conquistar seus objetivos. Quanto mais desobediente for a criança mais chance ela tem de virar o almoço do monstro, que consegue imitar a voz de qualquer pessoa assim enganando os pequenos para entrar em suas casas durante a ausência dos pais.

Cumade Fulôzinha

As florestas da Zona da Mata pernambucana tem uma protetora que não brinca em serviço. Também conhecida como Comadre Florzinha, a entidade gosta de fazer pequenas trelas, como trançar crinas e caudas de cavalos, além de abrir porteiras para ver os animais fugirem. Ela também ajuda aqueles que se perdem nas matas e pedem auxílio com humildade. Mas não se engane. Se a intenção do indivíduo for maltratar os animais ou a floresta ela vai assobiar e o som fará com que o sujeito não consiga mais encontrar o caminho de volta para casa. No interior de Pernambuco, acredita-se que a menina realmente existiu e que, depois de um fim trágico, ao ser assassinada pelo próprio pai e enterrada na mata, virou protetora da floresta.

Mula-sem-cabeça

Diz a lenda que a mulher que se encontrar romanticamente com um padre será amaldiçoada, se transformando em um monstro. Ela pagará seus pecados virando uma mula (ou burrinha), com cascos afiados, um freio de ferro ao redor de um pescoço em chamas, sem a cabeça. A transformação ocorre nas noites de quinta-feira e só termina quando o dia nasce. Enquanto corre emite sons e gemidos medonhos, de alguém que sofre uma dor aguda. Só para quando vai chegando o alvorecer, quando o galo canta pela terceira vez. Para salvar a moça do encanto é preciso enfrentar a assombração de peito aberto e tirar o ferro que aperta seu pescoço.

Papa-Figo

Para se curar de uma terrível doença no sangue, um homem de aparência grotesca, dentes amarelos e orelhas pontudas, passava pelas ruas do Recife sequestrando e matando crianças mal-criadas para comer-lhes o fígado. Ele atraía as crianças com bombons e para enfim colocá-las dentro de um saco ou de um carro preto. Há versões da lenda que falam sobre ajudantes do homem que, por não aguentar a luz do sol, não conseguia sair para caçá-las sozinho.

Quibungo

Quem anda pelas terras baianas tem que tomar cuidado com o Quibungo. Meio homem, meio bicho, a fera tem uma cabeça enorme e um grande buraco nas costas, em forma de boca, que abre e fecha a medida que ele abaixa ou levanta a cabeça. A lenda conta que ele gosta de devorar mulheres e crianças, mas por não ser muito inteligente fica muito vulnerável caso seja atacado. Apesar de voraz o Quibungo não é muito corajoso e, quando é colocado em perigo, tende a morrer gritando, apavorado. Mas mesmo assim é bom não esbarrar  com ele por aí.

 

Gostou das lendas folclóricas nordestinas? Conta para a gente nos comentários se você conhece mais alguma!

 

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