
O mês de janeiro é marcado por algumas lutas importantes, como o Dia Mundial da Religião, comemorado neste sábado (21). Em alusão a esta data, confira algumas orientações de como combater o desrespeito às religiões. Continue a leitura para entender mais o assunto!
Como surgiu?
No Brasil, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, é celebrado em alusão a morte da Ialorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos – conhecida como Mãe Gilda, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Asé Abassá.
De acordo com a Secretaria de Justiça de São Paula, a candomblecista teve sua casa e seu terreiro invadidos por um grupo de outra religião, e foi acusada de charlatanismo. A tragédia aconteceu após uma matéria jornalística, intitulada “Macumbeiros e Charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”.
Mãe Gilda e o marido foram perseguidos, sofreram diversas agressões físicas, verbais e depredações dentro do espaço religioso. Após o ocorrido teve um infarto fulminante e morreu.
Difusão na sociedade
“Escureci a arte com a resistência, a resiliência e a potência das mulheres negras que têm consciência”. O trecho faz parte da composição cantada pela Ialorixá Mãe Beth de Oxum na música Não Me Peita da cantora Bione.
A música conta a trajetória feita pelas religiões de matriz africana que ganharam mais força e demarcaram sua identidade e valor por meio da cultura e por meio da luta antirracista. Com o avanço da tecnologia e conhecimento das ancestralidade do país, as camadas da sociedade começam a compreender a importância do respeito às diferenças e ao acolhimento delas.
No entanto, ainda a sociedade ainda encontra-se distante de um combate efetivo da intolerância religiosa. Mas o que fazer para mudar esse cenário?
Para combater a intolerância religiosa, é necessário defender os direitos individuais, promover o acesso à informação, com conhecimento, discussões e debates, além de lutar por políticas públicas que estimulem a tolerância e a liberdade.
Além disso, a compreensão da premissa do “país laico”, ou seja, difundir que o país garante a liberdade religiosa e não adota religião oficial. Visto isso o julgamento a prática religiosa não cabe, o ideal é respeitar.
Em Pernambuco, a cultura é uma das principais armas para combater a intolerância e a falta de acesso à história afro-brasileira. Eventos como a Sambada de coco do Guadalupe promovido pela Ialorixá Mãe Beth de Oxum, a iniciativa de educação antirracista Caçando Estórias da Kemla Baptista, a cozinha afro-diaspórica Dùn Ajeun gerida por Tainá Maisa, e muitas outras ações cumprem esse papel de difundir a cultura na sociedade e aos poucos oportunizar futuros com mais respeito à uma das religiões mais marginalizadas do mundo.
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