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Rios, pontes, ladeiras e “overdrives” que só Olinda e Recife têm

No dia do aniversário das cidades irmãs, comemorado nesta segunda-feira (12), navegue conosco em um tour dos principais pontos turísticos que valem a pena conhecer
Rebeca Ângelis Por: 12/03/2018 - 13:59 - Atualizado em: 12/03/2018 - 16:21

Recife é underground e Olinda é boemia. Engana-se quem pensa que o Nordeste pernambucano se resume ao cenário de chão batido, seca e às figuras matutinas. Muito mais além, o “oxente” é berço de cultura entranhada em várias gerações que perduram desde o princípio da história, em meio às batalhas e predominância européia, seguindo rico e forte de heranças antigas até tempos atuais. 

Essa singularidade é disseminada no verso de Carlos Pena Filho, num frevo de Capiba ao som da orquestra armorial, no glorioso canto (quase que) universal de “Olinda quero cantar”, no subir e descer das ladeiras...Tudo numa espécie de obra sem direito a resumo. As cidades irmãs requerem leitura, interpretação pessoal e sentimento.

Cidades arretadas, Olinda e Recife comemoram 483 e 481 anos, respectivamente, nesta segunda-feira (12). E, em homenagem à terra dos altos coqueiros e de inúmeras riquezas culturais, enumeramos uma lista com os principais pontos que você deve conhecer em ambas. Confira!

Circuito das igrejas

Um grande marco das duas cidades históricas são suas igrejas. Criadas em variadas épocas do passado, carregam grandes representações e memórias de personagens importantes que por lá estiveram, como Frei Caneca, Helder Camara e outros mais. Composta por mais de vinte igrejas antigas, Olinda ganha destaque pela representação, em algumas delas, da suntuosidade da época que marcou o período do barroco. São paredes de cedro talhado e coberto com ouro, painéis no teto, colunas de arenito, púlpitos trabalhados e sacristia suntuosa. Destacam-se a Igreja e Mosteiro de São Bento, Convento de São Francisco, Igreja da Sé e do Carmo.

Já no Recife, o cenário também não fica aquém da beleza estonteante. Igrejas como as de Nossa Senhora do Carmo, Basílica de São Pedro, Matriz Madre de Deus e Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, destacam-se pela preservação, restauração e histórias que sobrevivem ao tempo, por meio de registros dentro desses espaços. A maioria delas restauradas, carregam túmulos e objetos de representante importantes, desde a época colonial.

A visitação em todas as igrejas é gratuita, mas é preciso se atentar quanto aos horários de abertura ao público.

Museus de origens e tradições

Os museus permanentes são testemunhas das memórias culturais que as duas cidades carregam. Na cidade alta de Olinda, dos mais variados museus, destacam-se o Museu do Mamulengo que, como o nome já diz, reúne bonecos feitos e guiados na mão, com variadas histórias evidenciadas pela realidade nordestina.Seu acesso varia de R$ 2 a R$ 5 no local.

Já quem se interessa pela história dos bonecos gigantes tradicionais dos desfiles de carnaval, pode aproveitar para desfrutar das exposições que explicam toda a criação desses grandalhões, na Casa dos Bonecos Gigantes. A exposição permanente reúne cerca de 44 calungas, criados pelo artista plástico olindense Silvio Botelho, na Estação Café, localizada nos Quatro Cantos. A entrada custa R$ 5.

Na capital pernambucana, a visita não pode passar despercebida em três importantes locais:

Paço do Frevo- Como o próprio nome já menciona, o Paço do Frevo, localizado no Recife Antigo, é um espaço que agrega pesquisas, lazer, dança e música do frevo, como forma de mergulho ao universo de personalidades, histórias, memórias e experimentação do carnaval pernambucano, durante o ano todo. O acesso é gratuito nas terças-feiras e varia entre R$ 5 e R$ 20 nos demais dias da semana.

Museu Cais do Sertão Localizado no Litoral recifense, a poucos metros do Marco Zero, o Cais do Sertão reúne homenagens à cultura, histórias e ao povo sertanejo brasileiro. O projeto integra os antigos armazéns portuários a um grande polo de turismo, serviços, entretenimento e lazer. Os ingressos são gratuitos nas terças-feiras e custa R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira), nos demais dias da semana.

Instituto Ricardo Brennandem um complexo arquitetônico em estilo medieval, composto por três prédios, o espaço possui uma coleção permanente de objetos histórico-artísticos de diversas procedências, abrangendo o período que vai desde a Baixa Idade Média ao século XXI. Com obras raras, a exposição conta com forte ênfase na documentação histórica e iconográfica do período colonial e holandês, incluindo um dos maiores acervos de armas brancas do mundo, com mais de 3.000 peças, dos séculos XIV e XXI. O museu localiza-se no bairro da Várzea, e o acesso varia entre R$ 15(meia) e R$ 30 (inteira).

O bom e velho passeio a pé

Olinda, a famosa cidade dormitório, não se resume ao sono de seus moradores. Pelo contrário! Berço da boemia, o roteiro pelas ladeiras remete aos visitantes uma contemplação aos antigos casarios, hoje tombados, com parada para conhece os ateliês peculiares de moradores locais. As tapioqueiras do Alto da Sé, ou até mesmo as cachaças e cervejas tradicionais nas esquinas e nos Quatros Cantos, também contempla o trajeto. Apesar da época frenética durante os 5 dias de carnaval, é fácil chegar na cidade e se deleitar com a paz dos mosteiros da índia e o badalar de seus sinos durante as manhãs. Saindo um pouco da cidade alta, um passeio pela orla também remete a lembrar de histórias como o antigo terminal de trem (Estação Maxambomba), no Carmo, e a orla da Praia dos Milagres. 

No Recife, Chico Science já mencionava que eram impressionantes as suas esculturas de lama no mangue, rios e pontes. Como um elo entre a natureza e a urbanicidade, a capital do frevo convida quem passa a uma caminhada contemplativa, pelo seu principal cartão postal e fama de veneza brasileira: suas pontes.  Localizadas em sua maioria no centro da capital, todas muito próximas umas às outras recriam histórias, através dos postes envelhecidos e tradicionais, bem como compõem o cotidiano do comércio recifense. As pontes também carregam histórias memoráveis como a do famoso ‘boi voador’, conhecido popularmente pelos moradores, depois que conde holandês Maurício de Nassau havia prometido o feito na cidade.

Outra rota que pede um tour cheio de histórias é o Marco Zero do Recife, local que marca aonde nasceu a cidade. A praça é banhada pelo estuário do porto do Recife, formado pelo Rio Capibaribe e é marcada por símbolos e personagens emblemáticos da história de Pernambuco. O estuário é protegido por um dique natural, onde se encontra o Parque das Esculturas com a famosa obra Coluna de Cristal, do artista Francisco Brennand, que possui 32 metros de altura. 

Uma coisa é certa. Conhecer as cidades irmãs (re)acende os olhos de quem passa em cada local. Tudo isso porque, uma única visita não é suficiente para contemplar as riquezas entre os 10km que demarcam a distância entre as duas cidades. Como dizia o eterno artista Erasto Vasconcelos “Olinda manda chamar”;  e o rei imortal Reginaldo Rossi, “Recife tem encantos mil”.

E você? Tem alguma história legal sobre as duas cidades? Conta para a gente!

 

 

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