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No Dia da Saudade, conheça mais sobre este sentimento

A emoção é lembrada nesta quarta-feira (30)
Por: 29/01/2019 - 16:11

Ela não tem data, nem hora para chegar e aparece em diversos momentos da vida. Invisível, mas sintomática, a saudade pode vir acompanhada por angústia ou risos. Intraduzível em outros idiomas, apenas a língua portuguesa consegue externar com exatidão a sensação que é lembrada nesta quarta-feira (30) com o Dia da Saudade. Para entender mais sobre este sentimento, que está presente desde a primeira infância, conversamos com a psicóloga Claudia Bem que explica as particularidades e quando a saudade deixa se ser apenas um sentimento e vira doença.

Há mais de duas décadas, Juçara* vive das lembranças e da saudade, que de acordo com ela, não tem fim. A perda inesperada da amiga e cunhada, após um erro médico, fez o sentimento surgir. “A gente era muito próxima e eu tenho os filhos dela como meus. A nossa relação era muito forte, a gente passou por muita coisa. Ela, meu e irmão e sobrinhos moravam no mesmo terreno que eu. Quando ela se foi, eu fiquei sem acreditar e, por algumas horas não consegui aceitar. Hoje, eu vivo só das lembranças. Já perdi muita gente nesta vida, mas nada foi tão forte quanto a perda dela”, conta.

“A saudade é uma mistura de sentimentos de perda, distanciamento da pessoa ou objeto, mas com a esperança de resgate. Ao rever ou reaver, você “mata a saudade”, surge um sentimento de alívio, felicidade”, explica. Usada como sinônimo para saudade, a nostalgia, de acordo com Claudia, “remete a sensação de não poder mais reviver certos momentos da vida. Ela aumenta ao entrar em contato com a pessoa, lugar ou objeto e não diminui como o sentimento da saudade”, salienta. Além disso, A psicóloga aponta que, em alguns casos, o sentimento é carregado de dependência e tristeza.

No entanto, a especialista pontua que a saudade apresenta pontos positivos e negativos. “O aspecto positivo da saudade é quando, apesar da tristeza, conseguimos tocar nossa vida com resiliência. Mas, quando ela “paralisa”, impedindo a pessoa de seguir adiante, ressignificar a vida, admitir que nem tudo tem volta e a solução é seguir adiante muitas vezes sublimando o sentimento”,  esclarece.

Quando a saudade se torna doença, como depressão, ansiedade ou síndrome do pânico, é necessário acender o alerta. “Quando a saudade paralisa, o tempo passa e a pessoa nega a passagem do tempo e a si mesmo, somatizando esse sentimento tendo como consequência a baixo autoestima que pode ser a causadora da depressão, ansiedade, síndrome do pânico e outras patologias, podendo chegar à morte e literalmente a pessoa morre de saudade.”

A partir do momento em que a saudade se torna patológica é crucial procurar uma ajuda especializada, ou seja, um psicólogo. Pois, o profissional dará diretrizes para trabalhar o sentimento da melhor forma possível, atendendo às necessidades de cada indivíduo.

*Nome fictício

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