Clicky

Selecione a cidade
4020-9734

Notícias › Educação


A importância do Dia Internacional da Mulher

Por: 28/03/2023 - 10:23 - Atualizado em: 28/03/2023 - 10:22
 
Texto: Maya Santos | Imagem: Pexels
 
Neste 8 de março, relembramos os eventos que transformaram essa data celebrada em diversos países. Distante do tom festivo que a sociedade tende a dar para a data, o Dia Internacional da Mulher surge para trazer à tona as lutas de mulheres que, mesmo apagadas, estiveram à frente de importantes mudanças sócio-políticas. 
 
Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1977, o dia 8 de março já era utilizado por movimentos feministas como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do Século XX. Ao longo da história, dois acontecimentos foram determinantes para sua oficialização. 
 
A primeira ocorreu em 1911, foi o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York. A tragédia levou às capas dos jornais as terríveis condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas. Além disso, a História Contemporânea, a marcha das mulheres russas por pão e paz em 1917, que iniciou uma revolução de efeitos globais que reverberam até hoje.  
 
A frente do seu tempo, diversos grupos feministas tornaram-se peças fundamentais para a autonomia das mulheres nos tempos de hoje. A contribuição veio a partir de três momentos que podemos chamar de “ondas”.  
 
Feminismo e as “ondas” do movimento
 
Nos dias atuais, de forma transversal o movimento feminista reinvidica igualdade e equidade entre os gêneros por meio de do desenvolvimento de estratégias filosóficas, políticas e sociais pelos direitos das mulheres, sejam ela cisgênero ou trans.
 
Para entender o impacto social, é necessário saber mais sobre as três ondas do movimento. Na primeira onda feminista, que surgiu no final do século XIX e durou até meados do século XX, a reivindicação era por direitos básicos, tais como: o voto, a educação, a vida pública e privada e a abolição da escravatura feminina. Nesse período a desmistificação da mulher enquanto um ser frágil e serviu foram os pontos de maiores discussões. 
 
Na segunda onda teve início na metade dos anos 50 até meados de 90, sendo mais ativa entre a década de 60 e 70. Nesse momento foram abordados temas “polêmicos” como sexualidade, pornografia e direitos reprodutivos, que ficou conhecido como feminismo radical, dando base para a sua vertente contemporânea. 
 
Nesse ponto, as discussões giravam entorno da distinção entre sexo e gênero e também trouxe à tona a discussão teórica sobre as opressões das estruturas sociais, interligando raça, gênero, etnia e classe social às relações de poder e às instituições.
 
Já a terceira onda foi marcada pelas mudanças ocidentais dos anos 90, entre eles o fim da União Soviética, a queda do muro de Berlim, a dissolução das ditaduras da América Latina, o surgimento do neoliberalismo, assim como o crescimento econômico e cultural dos Estados Unidos e as evoluções tecnológicas. Nesse sentido, ela tomou como tema principal a presença da mulher na cultura e entretenimento, sem deixar de lado os assuntos abordados na segunda onda. 
 
O futuro é das mulheres?
 
Mesmo representando 51,1% da população brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2021, as mulheres são alvo de violências de naturezas distintas, até mesmo a morte. O motivo? Ser mulher. 
 
A Marcha do 8M, busca por meio de suas ações denunciar cada dia mais os crimes por feminicídios e transfeminicídio no país. De acordo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 699 mulheres foram mortas em razão da sua condição de ser sexo feminino, apenas no primeiro semestre de 2022. Já as mulheres trans e travestis, que são o grupo em maior vulnerabilidade social dentro da sigla LGBTQIA+, foram contabilizados 175 transfeminicídios, sendo mapeadas 80 mortes no primeiro semestre de 2021.
 
Entre as dificuldades estão a implementação dos dispositivos da Lei nº 11.340, a chamada Lei Maria da Penha, uma das leis referência no combate às violências de gênero, mas que carece de efetividade. Ou seja, o futuro depende dos esforços da sociedade, gestão pública e educacional para mudar a realidade que mata, silencia e empobrece a maior população brasileira, as mulheres.

Comentários