Por Maya Santos
Por volta de 1982, os Estados Unidos, Haiti e África Central identificaram os primeiros casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). No ano seguinte, houve a confirmação do primeiro caso de Aids no Brasil, com transmissão por transfusão sanguínea. Em análise divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde o início da década de 1980 até dezembro de 2019 foram registradas 349.784 óbitos no país pela doença.
Mas, como ocorre o contágio? Continue a leitura para entender.
A AIDS é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que interfere na capacidade do organismo de combater infecções. Ou seja, uma pessoa com HIV, denominada "soropositiva”, não necessariamente tem AIDS. Personalidades como Cazuza e Renato Russo foram pessoas que contraíram o vírus HIV e, assim desenvolveram a doença.
“Antes da introdução da Terapia Antirretroviral (ART) na metade dos anos 90, pessoas com HIV progrediram para a AIDS em apenas alguns anos. Hoje em dia, alguém diagnosticado com HIV e tratado antes do avanço da doença pode ter uma expectativa de vida quase igual à de uma pessoa não infectada”, explica artigo da Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS Brasil).
Mesmo com tratamento, pessoas infectadas pelo vírus HIV e AIDS, passam por um processo de exclusão e discriminação social relacionado a estigmas sobre a doença. Por isso, no dia 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de despertar a atenção dos países para a doença.
Como ocorre o contágio e quais são os métodos preventivos?
O contágio por meio de compartilhamento de talheres, cadeiras ou toalhas são estigmas comuns, mas que precisam ser quebrados. “A transmissão do HIV acontece a partir da relação sexual desprotegida, pelo contato com o sangue da pessoa que seja portadora do vírus, além do sexo sem preservativo. Lembrando que no caso de sexo oral o HIV é transmitido se a pessoa que está fazendo o ato sexual tem alguma lesão na mucosa”, explica a Coordenadora Acadêmica de Saúde, Conceição Castro.
As pesquisas resultaram em exames que diagnosticaram o vírus e, mais tarde, no Brasil, o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde. Atualmente houve redução de 68% de mortes relacionadas à AIDS desde o pico em 2004; e de 52% desde 2010. Mesmo com a queda, é importante ressaltar que métodos educativos podem levar a maior prevenção e menor discriminação relacionados ao HIV/Aids.
“Ações diretas podem ser realizadas por órgãos de saúde, como orientação do uso do preservativo em campanhas, e de forma indireta as ações nas escolas, nas comunidades, nas unidades básicas de saúde [explicando] como se prevenir eh o HIV para combater a AIDS”, pontua Conceição Castro.
Além dos métodos educativos com a sociedade, que podem se estender as campanhas pelas redes sociais e também rodas de diálogos em locais diversos, outras ações para combater a discriminação pode ser executadas nas unidades de formação profissional nas diversas áreas da saúde.
Como por exemplo: “oficina profissionalizante, que é um período no qual vai se trabalhar diferentes aspectos em sala de aula sobre o assunto. Então até nós podemos levar uma proposta para que todos os cursos trabalhem aquele tema de uma forma diferente de conscientização da prevenção e formas de transmissão e principalmente o incentivo ao tratamento”, sugere.
Em uma linha do tempo, a Fiocruz traz informações preciosas sobre a história e trajetória do vírus HIV/Aids no mundo e Brasil. Canais como esses servem para orientar a sociedade quanto às nuances de uma doença que desde 2019 vive um período de enfraquecimento das campanhas de alcance nacional que divulgam as formas de prevenção.
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